segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Grito da Pesca Artesanal: Pescadores/as lançam manifesto em que denunciam retrocessos do governo sobre seus direitos

Por assessoria de comunicação do CPP Nacional

No período em que a Revolta da Chibata completa 105 anos, o Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP) lançou nacionalmente manifesto contra as sucessivas quedas de seus direitos orquestradas pelo governo federal, especialmente depois da ida da pesca artesanal para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). 

O 22 de novembro é conhecido como o Dia do Grito da Pesca Artesanal em justa referência à revolta liderada por João Cândido. As chibatadas hoje aparecem em forma de suspensão de benefícios trabalhistas e sociais, da negação da identidade da pescadora e do pescador artesanal e do ataque às demandas dessa categoria. O MPP também se posiciona e repudia o desastra promovido pela SAMARCO (Vale) em Mariana/MG e que vem trazendo consequências graves para os pescadores e as pescadoras da região. 

Desde o início do ano, as comunidades tradicionais pesqueiras se depararam com situações de perda de direitos. O decreto 8425, publicado em abril pela presidência, surgiu e impôs regras para a definição da identidade de pescadores e pescadoras artesanais, indo de encontro ao modo de ser e viver das comunidades pesqueiras. O decreto retirou de milhares de pescadores e, especialmente, pescadoras, o direito ao Registro Geral da Pesca (RGP), documento que garante o acesso a políticas públicas e sociais, principalmente direitos trabalhistas e previdenciários. 

Em outubro, cai o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e a pesca artesanal é colocada no MAPA, conhecido pela intensa parceria com os setores do agronegócio e que tem no comando a pecuarista Kátia Bareu, uma das principais agentes do governo contrária aos direitos das comunidades tradicionais. Já na fase de transição, a Ministra ordenou a suspensão do pagamento do seguro defeso em 13 estados, através da portaria 192, o que deixou cerca de 700 mil pescadores e pescadoras sem poder acessar o beneficio. 

Nessa conjuntura, através de manifesto pelo Grito da Pesca Artesanal, inspirada na luta do Almirante Negro, pescadores e pescadoras de todo Brasil se manifestam e exigem, dentre outras pautas, a revisão do decreto 8425, a revogação da portaria 192, a transferência da pesca artesanal para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a proteção dos seus territórios tradicionais e a punição dos envolvidos no desastre na cidade de Mariana que já ganhou repercussão internacional. 

Confira o manifesto: 



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